23 de março de 2011

Comunidade Global

Ouvimos com alguma frequência dizer que “as sociedades contemporâneas são sociedades globais". As dinâmicas de relações económicas e sociais são cada vez mais globalizadas. Mais do que gerar uma relação de pertença a uma outra comunidade, os processos de globalização tendem a desenraizar-nos dos contextos locais em que vivemos. Vivemos em contexto de globalização.
A globalização pode assim ser entendida, numa lógica diferente da de aproximação (mais frequentemente escutada), como um processo de distensão, que passa por ligar em rede vários locais e regiões do planeta e, portanto, diferentes contextos sociais, intensificando as relações sociais à escala mundial.
A globalização ao abrir as fronteiras ao comércio mundial, desenvolveu a competição entre empresas e trabalhadores de todo o mundo. Nesta competição global, a única forma de sobrevivência possível é produzir mais e mais barato.
Nos países onde se concentram dois terços da Humanidade, milhões de crianças são usadas nesta competição global. A escravatura tornou-se uma prática corrente. É certo que milhões de pessoas nunca conheceram outra. Acontece que as migalhas para dois terços da Humanidade, representam para o outro terço o desemprego, o fim das estruturas de segurança social, a quebra dos laços de solidariedade, etc. Estes são os efeitos perversos da competição à escala global.
Do ponto de vista dos direitos humanos, um aspecto positivo é a força de comunicação global ao actuar como um despertador da consciência cívica e política internacional. Muitos dos casos de violação dos direitos humanos, são hoje resolvidos graças à denúncia mediática.
A principal consequência da globalização não foi a difusão dos mesmos produtos em todo o mundo, mas a brutalidade dos confrontos que emergem da circulação da informação. A globalização é caracterizada pelo avanço do tecnológico e o rápido acesso às informações. A internet é o mecanismo que serve de estímulo, pois promove formas eficazes de interacção entre os usuários. O mundo não estaria no mesmo estágio de evolução se não fosse a internet. A Web favorece a comunicação.
Sem comunicação não há o que partilhar, "globalizar". A comunicação, por sua vez, exige um meio de comunicação. No caso humano é a linguagem. As línguas favorecem o relacionamento entre as pessoas e servem para estabelecer elos. Ao mesmo tempo a comunicação exige também um instrumento para transmitira linguagem, seja por meio de sinais de fumaça, luminosos, com altifalantes, megafones, rádio, televisão ou Internet.
O mundo assiste hoje à globalização da especulação financeira. Os novos predadores aniquilam sectores económicos inteiros de países em operações bolsistas, realizados alguns num qualquer ponto. O capital não tem pátria, nem limites para a sua acumulação. Os meios usados perderam toda a conotação moral, estão convertidos em simples "operações" financeiras. O mundo assiste hoje à expansão do consumismo numa lógica predadora de recursos. Um terço da Humanidade consome de forma impulsiva. Pouco lhe interessa quem fabricou os produtos, as condições em que os fez e a que custo. O que verdadeiramente conta é que os mesmos lhes agradem e os possa adquirir.

“Só saberemos que a Globalização está de facto a promover a inclusão a e permitir que todos partilhem as oportunidades que oferece, quando os homens, mulheres e crianças comuns das cidades e aldeias do mundo inteiro puderem melhorar a sua vida. E é essa a chave para eliminar a pobreza do mundo.”

Kofi Annan



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Sugestão de abordagem:

Tomando como referência este texto faça uma reflexão sobre os factores e dinâmicas da Globalização.